terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Pequenas memórias.

Sabe aquelas caixas que guardamos coisas antigas? Aquelas caixas que têm cartas velhas, aquela flor secada dentro de um livro, fotos e etc e tal? Então, ontem eu abri uma dessas minhas caixas e devo dizer que me deu aquela sensação de prazer e trabalho realizado [?]. Bem, digamos que trabalho realizado, porque eu me lembrei de tantas coisas passadas das quais não me arrependi de ter feito ou deixado de fazer que chegou dar aquela sensação de dever cumprido. Enfim, voltando à minha caixa antiga... Eu saí abrindo cartas que recebi e cartas que nunca enviei, li poemas antigos, pensamentos antigos e ri bastante do modo como eu via as coisas. Ri dos erros de português, da minha letra e chorei... Chorei depois de ter lido uma carta que não mandei e de uma carta que recebi. Chorei quando via fotos de quando eu era pequena, fotos de amigos. Nesse momento minhas lágrimas contornavam o sorriso que se formava no meu rosto. Bom mesmo é sentir saudade de momentos que não deixarão de existir na nossa memória. Digo ainda: “Mate-me se perder a memória por completo. Posso esquecer quem sou, mas nunca esquecer dos momentos que me fizeram sorrir e das pessoas que me fizeram conhecer a felicidade”. Remexendo mais as coisas daquela caixa, encontrei ao fundo dela um diário antigo. Remexi mais um pouco e achei a chave. Lá se vai o momento de tensão e curiosidade extrema de recordar os segredos que eu nem lembrava mais que um dia havia tido. Bom, vou logo dizendo que nunca remexi tantos sentimentos dentro de mim. Além de relembrar segredos, eu relembrei emoções. Vou te contar viu, que coisa lindamente bizarra essa de relembrar emoções. Voltando ao conteúdo do diário, é possível se contorcer de rir de você mesmo? Sim, é. Eu ri de como eu era boba, dos meus amores platônicos, da minuciosidade de detalhes de momentos, de personagens de livros, das tempestades em copos d’água. E li várias páginas sobre crises existenciais, mudança de personalidade, gritos internos e todas aquelas coisas de transição.

Por fim, era como se eu tivesse feito uma viagem no tempo. E sabe, quanto mais o tempo passa, mais as coisas ficam complicadas e cheia de pormenores impetuosamente estressantes. O ideal é tentar congelar o tempo no melhor da vida. Não que você vá achar uma fonte da juventude, não é isso. É você tentar preservar os melhores sentimentos, já tentou?

Aí chegou a hora de guardar a pequena bagunça que havia feito. Guardando tudo de volta naquela caixinha forrada de papel de presente. Guardando saudades. Guardando lembranças. Guardando sentimentos. Guardando sorrisos e lágrimas misturados a tintas de canetas e cores de fotografias. Guardando laços invisíveis que só nós mesmos sabemos.

Um comentário:

Unknown disse...
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