tag:blogger.com,1999:blog-64365236878866863532024-02-21T04:32:28.489-03:00Truques, poesia e confissões...** Guardando pétalas de rosas dentro de um caderno virtual.Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-6215331210903228042009-12-27T00:22:00.004-03:002009-12-28T13:33:11.725-03:00Par ou ímpar?<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">- É verdade - disse ela sem medo - que eu sinto falta disso tudo! Sinto mesmo. Sinto falta de você e você finge que não sabe que existe em mim. Você tá aqui - pousou levemente a mão no coração - dentro de mim e me dói. Meu Deus do céu, você me dói!</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">Tinha os olhos marejados de lágrimas. Ficou um tempo respirando, puxando força para dentro de si. Nunca foi covarde, mas hoje a coragem existia nela como uma rainha forte que avassala os inimigos sem piedade, sem olhar para trás. Levantou os olhos devagar, encarou-o bem: seus olhos procuravam a alma dele. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">- Eu quis você. Eu desejei fazer parte de ti. Você estava naquela árvore, olhando para mim, se afastando daquela menina para que eu não pensasse que existia algo entre vocês. Você fez comparações bobas sobre sua camisa azul-marinho e a minha vermelha. Você me quis e não teve coragem de falar, de demonstrar, de tocar. Você teve medo de que o pouco que sentia por mim crescesse. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">Ficou séria. Respirou fundo mais uma vez, continuou a encará-lo, mas sem lágrimas:</span></span></div> <div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">- Você tem medo de me olhar nos olhos! – sua voz saía firme – Você tem receio da minha presença.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">Ficou olhando-o na esperança que ele dissesse algo. Lembrou do carro, das pessoas.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">- Eu estava me sentindo tão nós quando te ensinei a dirigir e paramos naquela loja de conveniência. Eram os anos sessenta, né? Nos perdemos por alguns minutos e eu fiquei feliz ao saber que havia perguntado por mim. Existiam ligações entre nossas almas, ou existem, não sei. Estou perdida com toda essa história. Será tudo isso verdade, você pode me dizer?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">Ele ficou em silêncio. Estava perplexo. Totalmente sem ação. Sentia algumas dessas aproximações, mas era como se não a conhecesse conhecendo-a. Confusões brotavam em sua cabeça, bagunçavam-lhe os sentidos e sensações. Eram lembranças boas, mas não eram desse presente. Podia tomar essas lembranças como reais? Sabia que sim, que podia, mas não aceitava. Como era difícil aceitar.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">- Eu sei que esteve comigo na noite passada. Não consigo lembrar, mas sei da sua presença. Você podia ter me contado, facilitaria muita coisa para nós hoje. Porém, você se prendeu mais uma vez. Embora você fugisse do assunto, eu estava lá te encorajando, e você não deixava que as palavras saíssem.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;color:#000066;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">Ele lembrou. Passaram a noite juntos, conversaram. Não se lembrava de todas as partes da conversa, mas ela havia dito tudo, ele também. Foi uma noite doce. A companhia dela era sempre agradável, tão linda. Observava-a e ela nem imaginava. Gostava quando o cabelo dela ficava solto, combinava com o sorriso. Os gestos largos, tão dela. Sentiu-se culpado. Ela falou mais uma vez:</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">- Recebi uma mensagem no celular uma vez, dizia, entre outras coisas, que eu não deixasse de pensar em você. Tomei aquilo como um sinal e resolvi não parar de pensar em você, porque eu havia decidido, sabe, tinha decidido que não ia alimentar sua presença na minha imaginação. E continuei. Acho que me iludi . Só acho, porque essa certeza me machucaria. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">Sorriu sem graça, com a cabeça baixa.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">Ele ficou olhando para ela. Ainda perplexo.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">- Estou tomando uma decisão agora, acho que você sabe. Creio que você tem levemente o conhecimento disso. Estou te deixando. Estou indo embora desse sentimento que me apega a você. Você está livre dessa pressão invisível que minha alma causa na sua. Desculpe, não queria que levantasse bloqueios contra mim. Mas antes de ir embora totalmente, quero te dizer uma coisa: você deve se permitir, ok? Não tenha medo. Lute contra suas limitações – respirou com alívio - Agora eu posso ir por completo.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;color:#000066;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">E foi. Ela foi embora.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">Ele estava mais leve. Sem pressões. Mas sentia que ia perdê-la. Ficou quieto. O silêncio dele ia virar arrependimento, em algum momento alguém soube isso. Achou que o sentimento de perda não era significante. Um erro, as pessoas não estão à nossa disposição. E as emoções nunca são constantes. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">Ela estava livre. Feliz também. O que sentia por ele ainda existia, mas eram sentimentos sem lágrimas, sem culpa. Sem angústia a tapar-lhe o peito. Livre. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;color:#000066;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">No outro dia, beijaram as faces um do outro com carinho e deram um abraço intenso. Os olhares se pousavam por poucos segundos. Os toques causavam arrepios em ambos e um não sabia disso no outro. O ar estava solto, sem densidades. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-style-span" style="color:#000066;">Os dias faziam promessas, era um jogo: <b>sorte</b> ou <b>azar</b>?</span></span></div>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-4778473129706992862009-10-30T11:27:00.006-03:002009-10-30T12:02:49.727-03:00Ela de todos nós.<div align="justify"><span style="color:#000066;">É uma menina encabulada. Não, não é pequena. Condensada e guarda um mundo todo dentro dela.</span><br /><span style="color:#000066;">Um mundo maior do que qualquer um possa imaginar: ninguém vê, mas às vezes pesa. Uma menina que carrega mais coisas na memória do coração metafórico do que na física dor do peso. Sem ombros curvados hoje, beibe.</span><br /><br /><span style="color:#000066;">- SEM OMBROS CURVADOS NOS PRÓXIMOS DIAS. - Gritou, usando todo o ar dos pulmões.</span><br /><br /><span style="color:#000066;">Seguiu o caminho escutando a música que escolheu para a descoberta. Rebolou os braços e balançou o quadril. Fechou os olhos e seguiu.</span><br /><span style="color:#000066;"></span><br /><span style="color:#000066;">~> De olhos para dentro: revela-se que não há solidão quando se tem um mundo todinho para ser desvendado.</span><br /><br /><span style="color:#000066;">E ela? Talvez ela nem mesmo exista aos nossos olhos. E o que importa? O bom mesmo é quando ela vem até você, cola os lábios na sua testa, te pega pela mão e leva você ao lugar secreto: o interior dos interiores.</span><br /><br /><span style="color:#000066;">Um nome? Ela tem vários, o mais comum é Consciência.</span></div>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-11341132587931408552009-10-27T02:36:00.000-03:002009-10-27T02:37:32.762-03:00Prece<span style="color:#000066;">O que mais desejo é que a fonte que em mim transborda possa ser sempre de novas águas. Que Deus tenha piedade desse vasto mundo de águas heterogêneas que em mim vive. Não saberei ser se essa fonte secar. Preciso do excesso de sentires para saber que sou e que vivo.</span>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-3003820334851590242009-10-27T02:25:00.000-03:002009-10-27T02:26:25.109-03:00Carma<span style="color:#000066;">Não sei porque insisto. Não sei. Insistir em escrever, digo. Mas não faz diferença. Nem sei por que estou aqui, pra começar. Talvez pela estranheza. A verdade é que não sei usar despedidas. Simplesmente sumo, me parece mais fácil e menos doloroso: sopro de vida em outro lugar. Novidade maquiada. Mas você se arrasta sempre dentro de mim. Como um amuleto, não sei se dá sorte ou azar. Acho que os dois.</span><br /><span style="color:#000066;"></span><br /><span style="color:#000066;"></span><br /><span style="color:#000066;"></span><br /><span style="color:#000066;">Um punhado de trevo dequatrofolhas e um espelho quebrado.</span><br /><span style="color:#000066;">Só adicione um pouco de água.</span>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-1430368332054069002008-11-13T00:30:00.015-03:002009-11-05T03:55:29.224-03:00Desafogo.<p style="TEXT-ALIGN: right; COLOR: rgb(0,0,0)" class="MsoNormal" align="justify"><span >"Toda trilha é andada com a fé<br /></span></p><p style="TEXT-ALIGN: right; COLOR: rgb(0,0,0)" class="MsoNormal" align="justify"><span >De quem crê no ditado<br /></span></p><p style="TEXT-ALIGN: right; COLOR: rgb(192,192,192)" class="MsoNormal" align="justify"><span style="COLOR: rgb(0,0,0)" >de que o dia insiste em nascer"</span></p><p style="TEXT-ALIGN: right; COLOR: rgb(192,192,192)" class="MsoNormal" align="justify"><span ><br /></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal" align="justify"><span style="color:#000066;">Primeiro paro diante do espelho e me observo: falta água.</span></p><div style="TEXT-ALIGN: justify; COLOR: rgb(153,153,153)" align="justify"><span style="color:#000066;"></span></div><p style="TEXT-ALIGN: justify; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal" align="justify"><span style="color:#000066;">Estou murcha, perdi algumas pétalas e os espinhos não me protegem como antes, pelo contrário. Estou seca, sem adubo, perdendo a vida e o verde já não me veste mais. O marrom anda combinando mais com meus olhos, que estão tristes, mas ainda lutam por um pouco de amor. Vou me desfolhar, me despetalar e isso vai doer – embora já esteja doendo ainda que não assuma – até que, finalmente, eu veja um pequeno botão cor vermelho-sangue, esse vermelho que sempre me vestiu bem, que mostra o ápice da existência na minha íris, que me faz inspirar – e encontrar - o cheiro de vida no meio da decomposição de uma era que foi difícil dizer adeus. Então eu vou escutar todas as músicas, rever todas as lembranças, apoiar minha mão sobre meu coração e deitar encolhida abafando meu choro, porque é uma dor só minha, uma dor que preciso vivê-la sozinha, uma dor que precisa consumir meu corpo e minha alma para, enfim, eu me libertar. Uma dor que ninguém tem que perguntar o porquê, que ninguém precisa me acalentar, porque é minha, só minha e só eu sei. Só eu sei a mistura de todas as angústias, de todas as pontadas. Só eu sei a sensação do passado pontiagudo enfiar-se dilacerante sobre meu peito e ficar remoendo na ferida aberta, lembrando-me que eu ainda não me desapeguei e que me finquei mais fundo do que eu podia. </span></p><div style="TEXT-ALIGN: justify; COLOR: rgb(153,153,153)" align="justify"><span style="color:#000066;"></span></div><p style="TEXT-ALIGN: justify; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal" align="justify"><span style="color:#000066;">E apesar de todo esse egoísmo, tem gente que eu sei que não vai embora, tem gente que consegue formar um sorriso no meu rosto e fazer derramar algumas lágrimas de felicidade, porque nem tudo é fim de festa, fim de noite e fim do pouco de nós. E eu sei que posso seguir em frente, que eu tenho força pra isso, que eu tenho astúcia para o novo, que eu tenho idéias para o meu progresso, que eu tenho amor dentro de mim. </span></p><div style="TEXT-ALIGN: justify; COLOR: rgb(153,153,153)" align="justify"><span style="color:#000066;"></span></div><p style="TEXT-ALIGN: justify; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal" align="justify"><span style="color:#000066;">E acaba que alguém vem, pega um pouco da minha dor, limpa minhas lágrimas e aponta para o futuro, então eu rio e percebo que não estou só. </span></p><p align="justify"><span style="color:#000066;"></span></p><p align="justify"><span style="color:#000066;"></span></p><p align="justify"><span style="color:#000066;"></span> </p><p align="justify"><span style="color:#000066;"></span> </p><p align="justify"><span style="color:#000066;"><span style="font-family:georgia;"><span ><br />E que nunca estarei, apesar dos invernos cortantes da vida</span>. </span></span></p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-45620422007580018422008-11-04T03:07:00.005-03:002009-10-27T00:33:08.606-03:00Uma pitada de conversa Robertista<p style="TEXT-ALIGN: justify; COLOR: rgb(153,153,153)font-family:arial;" class="MsoNormal" ><span style="color:#000066;">E depois de ter mastigado e engolido todos esses sentimentos, até então não triturados, eu fiquei esperando ansiosa pelo final da digestão. Foi a melhor opção, estava sem condições de ficar me digladiando com os peixes estranhos e cegos, foi por isso que resolvi mergulhar no silêncio da região abissal. Gosto bastante do silêncio, aliás, o silêncio tem sido a melhor música nestes últimos tempos. Depois é só sair sozinha, sem rumo e com todos esses pensamentos (e um caderno para anotar todas as receitas das idéias). No entanto, vomitarei toda essa pressão da vida antes do meu passeio, não quero levar pesos nem medidas, não mesmo. Eis que viver, também, é estar em resguardo do exterior, de todo esse calor, de todos esses peixes... E ando com tanta preguiça para esses peixes que fugir deles e se refugiar em mim vem soando tão reconfortante, que vou dar um murro na próxima pessoa a qual me falar que não ando vivendo.</span></p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-53870533640566231152008-09-22T00:30:00.009-03:002009-10-27T02:15:12.755-03:00Corda bamba.<div style="TEXT-ALIGN: justify; COLOR: rgb(153,153,153)"><span style="color:#000066;">Não quero que me doa nada hoje. Nem amanhã. Nem depois. Quero ponto final em tudo, quero que tudo chegue logo no final, que se acabe. Mas não quero isso de um todo querer. Quero de querer um pouco, a outra parte do querer fica na surpresa do mistério. Por isso meus quereres se dão tão bem. Pólos energicamente contrários. Falta, apenas, um pouco mais de emoção, de circo: malabares, cores, mágicas, brincadeira, risadas e piruetas. Só não falta a platéia. É um espetáculo para poucos, ou ninguém - além de mim - ou apenas um par, quem sabe. Talvez, no final, eu descubra o ímpar: só o eu.<br /><br />Por enquanto, sou equilibrista e nada mais.</span> </div>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-61172498243162794502008-09-15T14:55:00.015-03:002009-10-30T11:59:26.072-03:00<span style="color:#660000;"><span style="COLOR: rgb(51,153,153); FONT-WEIGHT: bold"><span style="color:#660000;">Perfume da pele: à sensação. Ao prazer do toque. Ao queimar da epiderme. À fumaça dos poros.</span> </span><br /><br /></span><div style="TEXT-ALIGN: right"><span style="color:#000099;"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:arial;">“Ando tão à flor da pele<br /></span><span style="font-family:arial;">Que até um beijo de novela me faz chorar”</span><br /><span style="font-size:78%;"><span style="font-family:arial;">(Zeca Baleiro)</span></span></span><br /></span></div><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMmpckyQwBRzTa3v3Njcud9JwfAEyx1XEygkWuC2gD3k08htb76V5UitK-z7aLQsERgmmU3mQHm-S36_6_3kHiGVLOjPZcc5A2P7PxtA0hMXPMty85fxSXZFdnZyQaFie1fboukcmUIGY/s1600-h/segredo.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; DISPLAY: block; CURSOR: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5246308978459287282" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMmpckyQwBRzTa3v3Njcud9JwfAEyx1XEygkWuC2gD3k08htb76V5UitK-z7aLQsERgmmU3mQHm-S36_6_3kHiGVLOjPZcc5A2P7PxtA0hMXPMty85fxSXZFdnZyQaFie1fboukcmUIGY/s320/segredo.jpg" /></a><br /><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;">Ela nem percebeu direito quando ele chegou. Quando tudo aconteceu, de súbito. Ela foi se descobrindo gradativamente: </span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;"></span> </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;">Primeiro, a confusão. </span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;">Segundo, a doença. </span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;">Terceiro, a aceitação. </span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;"></span> </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;">E o quarto ponto ainda está a se desenrolar. Está, ainda, caminhando sobre linha tênue que separa o mergulho de ponta, a imersão de todo o corpo – e alma – ou cair do outro lado, afastado, em um horizonte iludido, distante de tudo isso. </span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;">Contudo, ela sabe. Ela sabe com todas as L-E-T-R-A-S que não se pode fugir disso, seja lá o que isso for. Seja lá o que signifique. </span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;">Uma vez, tudo bem, há o perdão. Duas vezes, não está tudo bem, tem algo dissemelhante. </span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;"></span> </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;">Há o perdão, ainda! Mas não se pode correr. E é um deus-nos-acuda. Uma lambada de pensamentos. Um punhado de notas musicais. E ¼ de lágrimas não caídas. Além das gargalhadas, claro. Além do tudo pode acontecer, inclusive o nada. </span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;"></span> </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;">Ele ainda está lá. Está sorrindo para ela, criando ciúmes nela. Prendendo-a sem nem saber. Dizendo palavras que eleva o [des]conhecido dela, tomando atitudes que germina a dúvida dentro dela. E, por enquanto, ela é só isso: morna. Tudo o que ela não queria ser. Tudo que ela é por tempo indeterminado.<br /><br /><br /></div></span><div style="TEXT-ALIGN: justify; COLOR: rgb(153,153,153)"><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="color:#000066;"></span></div><p style="TEXT-ALIGN: justify" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">E o<span style="COLOR: rgb(204,0,0); FONT-WEIGHT: bold"> quente</span> [dela], queima à flor da pele.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify" class="MsoNormal"><br /></p></div>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-5962719270141951172008-09-08T22:09:00.008-03:002009-10-27T02:19:09.427-03:00de liquidificador.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" style="COLOR: rgb(153,153,153)" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjS6ttj-SsaqgiG_a0NmJ-inDyPtK_I5h1MmwW-hRfAF1vTW1hNlBkkrGTpn1JFY-F_5DdF4CbW27pnfpykkWcHJlm0sNbWRfnSBtZiapk47TEj-6A3tTnWbPE-Dia6zHIBgkKRrCH-5E/s1600-h/1203733634_f.jpg"><span style="color:#000066;">e aê tá certo ou num tá?<br />A verdade é que não sei, sabe. mesmo sabendo eu não sei direito. é algo que está na ponta da língua mas não tenho certeza do sabor. do gosto. ou se tem gosto mesmo. ou se são todos os gostos. ou a ausência deles. não sei e não quero ter certeza. porque as certezas fazem a evasão dos sentimentos e eu gosto dessa bagunça - organizada - eu gosto muito, muito! mesmo. quando tenho emoções de todas as cores mergulhada numa só, eu não me sinto, assim, seca. sinto como se o total fizesse parte de mim. Promiscuidade sentimental, sabe. tudo platônico. e eu gosto é assim, porque se não perde a graça. perde os detalhes de tudo. perde as sensações. os sentimentos. entende?!.</span></a><span style="color:#000066;"><br /></span><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9CuMCAhEnK7HwhJqBfZS9fHzyqdhOxL9K-TZW2YsOmUltil94sPlW-tbuixHUlkm9ucGn0shAhBrV2ciI6bwOm_b2ZHHj07Xy-wt8ky2xEovm4emzA0VwD3Q4evpGamXjfrE0iv_TJIA/s1600-h/sentimentos1.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; DISPLAY: block; CURSOR: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5243824095510007794" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9CuMCAhEnK7HwhJqBfZS9fHzyqdhOxL9K-TZW2YsOmUltil94sPlW-tbuixHUlkm9ucGn0shAhBrV2ciI6bwOm_b2ZHHj07Xy-wt8ky2xEovm4emzA0VwD3Q4evpGamXjfrE0iv_TJIA/s320/sentimentos1.jpg" /></a><br /><br /><span style="COLOR: rgb(153,153,153)"><span style="color:#000066;">assim eu mergulho no todo. e o todo em mim. dessa forma, completo.!<br />e, no final, sou só soma. </span><br /></span>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-25134967823764789862008-09-01T14:01:00.004-03:002009-10-27T00:27:22.004-03:00Guarde um sonho bom para mim.<div align="justify"><span style="color:#000066;"></span><span style="color:#000066;">Talvez ela começasse a sonhar no estilo do “era uma vez”, mas era algo mais diferente, no estilo mais dele, no estilo de “uma vez era”. Olhados de cima, nem pareciam que existiam, sabe. Estava escuro e era noite. O céu ia estrelando cada vez que eles matavam um pouquinho da saudade. A única coisa que se via, de cima, era uns pontinhos cor-verde-que-dói-os-olhos e uma brasinha em chama. De perto, pareciam um segundo captado do clique fotográfico: o fundo escuro e eles com quase movimentos, em pause e com a legenda, interprete. Um minuto para a imortalidade em cores de outono, meio amarelado pelo flash e embaçado pela agitação da câmera - os olhos.<br />Ela chegou atrasada. Quando entrou na sala, ele estava lá, calmo, sentado e lendo – como de costume. Ele a viu e fechou o livro com aquele sorriso que se diz oi. Ela respondeu também, com um sorriso de olá.<br />- Hoje poderei desfrutar da sua companhia? – perguntou ela.<br />- Só se eu puder ter a tua! – respondeu ele.<br />- Faz tempo desde a última vez!<br />- É, faz tempo. Estava sentindo falta de suas palavras.<br />- E eu das suas.<br />- Vamos para a varanda?<br />- Vamos.<br />Ele sentou na rede. Ela sentou na sacada para observar o céu com mais facilidade.<br />- Ainda o céu. – Disse ele.<br />- Ainda. – ela falou olhando para cima.<br />- Você com seu vício inocente e eu com o meu nocivo – Disse ele acendendo o cigarro.<br />- Nem por isso você deixa de compartilhar os meus vícios.<br />- E você nunca precisou compartilhar dos meus. Diria que não faz parte da multidão em furta-cor que você carrega, mesmo sozinha.<br />- Eu compartilho de um vício seu: as palavras.<br />- Essas palavras que tanto amo.<br />- É, essas palavras que tanto amo e odeio. Paradoxalmente, a antítese mais gostosa da minha vida.<br />- Intensas! Todas as palavras.<br />- Como seus sentimentos. Como as cores que te compõe.<br />Ele riu.<br />Ela olhou para o céu.<br />- Que dia é hoje? – perguntou ela.<br />- Você escolhe. Pode ter sido ontem, hoje ou amanhã. Eu prefiro dizer que é agora.<br />- Sem linearidade.<br />- Sem linearidade.<br />- Gosto de como subentende o segredo do tempo. Tu fazes uma narrativa sem início, meio e fim instigando a quem dizes sobre o valor da estação.<br />- Tempo é vida.<br />- É tudo e nada.<br />- Estou em primavera.<br />- Eu em outono.<br />- Por que outonas? Sempre me pareceu tão primavera.<br />- Estou me resguardando do exterior.<br />- Para se encher dos sentimentos não-corruptos do mundo?<br />- Na verdade, para expor ao mundo meus sentimentos contemporâneos.<br />- Passei um tempo em inverno com os olhos afundados para meu “in”. Via um abismo e quando eu o encarava ele lia meus medos.<br />- O que você fez?<br />- Convidei-me para sair!<br />- E agora primaveras com seu “in” para “out”.<br />- Diria que vivo lendo meu out e escrevendo-o, mas é que o out tá tão dentro do in que às vezes misturo tudo.<br />Riram.<br />- Como você definiria nosso convívio? – Perguntou ela.<br />- Nuance. Para mim, não existe melhor palavra.<br />- Você não poderia ter definido melhor.<br />- Assim como você me definiu de caixa de som, na foto.<br />Sorriram.<br />- Ainda está lá.<br />- Ainda estou lá.<br />Silêncio.<br />- Sabe aquela sensação de que você tem um amigão/amigona e ficam grudados o dia inteiro, mas por razões do destino acabam se vendo menos no dia a dia e dá aquela saudade do tipo: véééi, preciso falar urgentemente com Maria/Chico. E aquela saudade só passa quando voltam a andar grudados de novo??<br />Então, é assim que me sinto quando ficamos muito tempo sem trocar palavras.<br />Ele a olhou com carinho.<br />- Sabe, essa sua mania de fazer de cada sentimento uma história diferente me encanta. Precisamos mesmo sempre prosear, falar sobre o céu, sobre o mar, sobre o mais!<br />Olharam-se em sorriso.<br />- Como é quando acorda? – Interrogou ele.<br />- Sei como é meu sempre. Sempre soube, desde que nos conhecemos sem nos conhecer, que és meu amigo. É sentir, sabe. Sinto que é e isso me basta.<br />- Sou cético. Mas quando se trata de sentir, como sabes, acredito.<br />- “Todo abismo é navegável a barquinho de papel”, Guimarães Rosa. Lembrei disso agora, sobre o abismo de antes, dos medos.<br />- “E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti”, Nietzsche.<br />- O abismo nada mais é do que o lado escuro que não conhecemos da casa.<br />- Só acender a luz. O difícil, apenas, é encontrar o interruptor e encarar o que se viu, porque nem sempre gostamos do que vemos e apagamos a luz.<br />- Mas não seremos os mesmos depois da nova descoberta.<br />- Mas pode-se fingir.<br />- Fingir é superficial. Não combina com você que é intenso.<br />- Nem com você que é feita de amor da cabeça aos pés.<br />Foi a vez dela: olhou-o com carinho.<br />- Você é o conjunto de tudo. Se é para te falar, falaria e falo que é feito de poeticidade da cabeça aos pés. Sempre será poesia. Rapaz, vou guardar tuas cores comigo.<br />Ele levantou e beijou-a na testa.<br />- Qual será nosso próximo cenário? – Perguntou ele olhando para o céu.<br />- Talvez uma casinha na rua Himmel antes do bombardeio. – ela respondeu olhando para o céu.<br />- Sempre o céu.<br />- Sempre.<br />Silêncio.<br />- Como de praxe, ótimas trocas de palavras. Mas tenho que ir, porque o galo já canta.<br />- Sempre ótimo falar-te. Obrigada por ter guardado um sonho bom para mim. – Disse sorrindo.<br />- Te vejo?<br />- No meu sonho, no teu sonho!<br />Ele riu.<br />Ela completou o sorriso:<br />- Bom acordar-te.<br />- O mesmo para ti, querida. Acordarei – disse com um sorriso serelepe – vendo uns pontinhos verdes toda vez que piscar.<br />Ela olhou para as unhas: verde-fluorescente-brega.<br />Riram.<br />Abraçaram-se.<br />Despediram-se.<br />Eram eles: queridos amigos.<br /></span>_________<br />Quem se atreve a me dizer do que é feito o samba, Jota?</div>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-34858063080377815282008-08-08T20:40:00.003-03:002009-10-27T02:20:36.200-03:00Quimera.<p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Seus olhos verde-musgo procuravam algo desesperadamente para se apoiarem.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Eu senti pena da sua fragilidade infantil. Suas rugas não diziam muita coisa. Não eram, sequer, experiência. Uma criança debilitada que procurava o seio de uma mãe para se sentir protegido. Uma criança afugentada em uma pele de uva seca. </span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Da sua boca não mais escorria o escárnio, mas estava trêmula para gritar um choro angustiante. </span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">E seu tronco encurvado, as pernas debilitadas... Não causava mais medo. Não era mais temido como antigamente. As pessoas agora sentem pena, dó! O peso das traições, intolerância, chicotadas, batidas! Ah, essas pesam sobre seu coração. Nunca foi amado, nunca amou. Agora o fardo do não-amor aperta tua mente. Não te servem mais bebida, aquela que sustentava suas maldades.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Teus escravos não consertaram tua cadeira de balanço favorita. <span style="font-size:+0;"></span>Agora estais sentado no áspero chão do arrependimento. Enlouquecido. Enlouquecido pela sanidade que te fez ver o trágico rumo dos botões, que hoje desabrocharam como flores azuis e sem vida. São teus filhos, os sem-vida!</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Sua mulher nem mais olha para as cores dos dias ou das noites. Ela aprendeu a ser cega. Nem os olhos da alma piscam mais para a vivência do abismo que vossa pessoa criou.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Um demônio. </span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Não necessita mais se enrolar no cobertor da esperança, pobre diabo, que nem o frio te quer mais. </span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Essas tuas chagas criam o odor da tua decomposição. Só as moscas te fazem companhia! Os urubus te cercam interessados na tua herança.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">- xóóó! – grita para eles.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Sua voz não passa da garganta, não é? </span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Nem teus cascos servem mais de ataque. </span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><?xml:namespace prefix = o /><o:p><span style="color:#000066;"></span></o:p></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Não-causa-mais-medo!</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><o:p><span style="color:#000066;"></span></o:p></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Não adianta desejar ardentemente a morte. Essa só virá depois de teres sofrido até a última gota, e ainda resta um frasco inteiro. </span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Fique só você, tuas moscas, os urubus e a solidão. </span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Toda sua companhia inseparável.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><o:p><span style="color:#000066;"></span></o:p></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 30pt; COLOR: rgb(153,153,153)" class="MsoNormal"><span style="color:#000066;">Mas antes de sair... Ah! Antes de sair, eu cuspo no chão ao teu lado para mostrar-te o nojo que tenho da tua decadência... Aquela que sempre desejei ver em teus famigerados olhos!</span></p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-72145920480097557802008-07-24T16:18:00.003-03:002009-11-05T03:20:47.711-03:00Entre pensamentos e ações.<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Soprou um novo momento. Não um começo. Apenas mais um dia em que abri os olhos para viver, mas eu estava escassa de mim. Tudo estava lá, menos eu. Todos os móveis e eu em lugar nenhum. O tempo foge - como fogem os pássaros dos predadores. Voam rápidos.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Quero paz.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Quero cores novas.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Embora tudo continue como está.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Menos eu. Eu não estava lá.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153);"><i style=""><span style="font-weight: bold;">Eu não existia.</span><o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153);"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153);">O céu estava com cara de domingo: limpo e com algumas afastadas nuvens sem sardas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153);">Eu, estava ofegante. Andava meio depressa.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153);">Cheguei ao meio do jardim e parei. Olhei o céu naquela imensidão.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153);">Afundei os joelhos na terra fofa e usei minhas mãos de apoio.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153);">Sentia a terra pulsando em meus dedos. Estava viva, úmida, com o cheiro da chuva.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153);">Eu tremia e uma lágrima brincou pela minha face e despencou, como se despencam os suicidas das pontes.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153);">Era solidão.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153);"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">A porta bateu. Respirei longamente duas vezes seguidas. A primeira foi dor. A segunda, alívio.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Então eu joguei as fotos pela janela. E cortei os botões azuis das rosas.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Não existia mais nada.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Não existia você. Não existia os móveis.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Tudo saiu do lugar e novas cores amanheceram.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Eu estava lá, finalmente.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Viva. A vontade de existir pulsava no meu sangue.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">Finalmente eu me sentia.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><i style="">E como era bom me sentir.<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;">Um sorriso agora.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;">Era liberdade.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;">Eu a sentia nas minhas veias.<span style=""> </span>Uma liberdade com um toque de solidão, mas não importava.<span style=""> </span>Eu me pertencia, eu era livre.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;">Nesse momento, a terra passou a sentir minha vivacidade.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;">Estava viva, morna e com cheiro de liberdade.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt; color: rgb(102, 102, 102);"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt; color: rgb(153, 153, 153);"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-23059015077697905862008-07-09T23:04:00.003-03:002008-07-09T23:07:57.558-03:00<div style="text-align: left;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;"><br /><br />Viver.<span style="color: rgb(255, 0, 0);">dói</span>.,também!.</span></span><br /></div><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;"><br /><br /></span></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGwAhBgac9myiuzKzMhS_mlyprnk14qKCcDRuyf22AJitRQiQLPjCAfDHatEk_6mPZ_Pqp-4R3kNsg14cRKa1fr-9NJgrk64dSUiWSezqbguFAIC5J30lTt4hCnnGSl4oOwMX1whYtbDQ/s1600-h/triste.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGwAhBgac9myiuzKzMhS_mlyprnk14qKCcDRuyf22AJitRQiQLPjCAfDHatEk_6mPZ_Pqp-4R3kNsg14cRKa1fr-9NJgrk64dSUiWSezqbguFAIC5J30lTt4hCnnGSl4oOwMX1whYtbDQ/s320/triste.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5221201005288421890" border="0" /></a><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;"><br /></span></span>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-72625359458557249772008-07-07T14:54:00.018-03:002008-07-07T15:30:19.560-03:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbVQqQV6CH-_nG1IKzTDSLBt2-F2bAp6j5p_9R4coq3_4HaKRv7l2A-u-ZxVJgM1Lw3P8p1iA_52X-W5O6-dNnrsfbQ1vgiISCoQEhz4Wzo0SOV4wqaQfAxlbIgdxZjjWgcl9HI0nUx5g/s1600-h/jelem.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbVQqQV6CH-_nG1IKzTDSLBt2-F2bAp6j5p_9R4coq3_4HaKRv7l2A-u-ZxVJgM1Lw3P8p1iA_52X-W5O6-dNnrsfbQ1vgiISCoQEhz4Wzo0SOV4wqaQfAxlbIgdxZjjWgcl9HI0nUx5g/s320/jelem.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5220332313823402402" border="0" /></a><br /><p class="MsoNormal"><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="">Um <span style="color: rgb(153, 0, 0);">m</span><span style="color: rgb(255, 102, 0);">o</span><span style="color: rgb(204, 51, 204);">s</span><span style="color: rgb(0, 153, 0);">a</span><span style="color: rgb(0, 0, 153);">i</span><span style="color: rgb(102, 102, 102);">c</span><span style="color: rgb(255, 204, 0);">o<span style="color: rgb(255, 0, 0);">!</span></span></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style=""> de</span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="">p</span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style=""> </span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="">e</span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style=""> -</span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style=""><br /></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="">d</span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style=""> </span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="">a</span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style=""> </span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="">-</span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style=""> </span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="">ç</span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style=""> </span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="">o</span></span><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="">s</span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style=""><br /></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style=""><span style="color: rgb(102, 0, 204);">c<span style="color: rgb(255, 102, 102);">o</span></span><span style="color: rgb(0, 153, 0);">l<span style="color: rgb(255, 204, 0);">o</span></span><span style="color: rgb(0, 51, 0);"><span style="color: rgb(204, 255, 255);">r</span><span style="color: rgb(255, 255, 0);">i</span></span><span style="color: rgb(255, 204, 204);"><span style="color: rgb(102, 255, 153);">d</span><span style="color: rgb(153, 51, 153);">o</span>s.</span></span></span></p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal"><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="">Cada pedaço tem um <span style="color: rgb(153, 153, 153);">céu.</span><br />Cada céu um <span style="color: rgb(153, 153, 153);">sentimento.</span><br />Cada sentimento com um pouco de cor.<br />Cada cor uma aquarela de esperança.<br /><br />Pintam-se os quadros em esperança.<br />As formas se contornam aos poucos.<br />Quando cada personagem conhece um pouco do outro neles mesmos.<br />Um pouco de mim em você e um pouco de você em mim.<br /><br />E as surrealidades - que muitos vêem - estão apenas na vivência individual.<br />Em outras dimensões, quem sabe, não passam de realidades normais.<br /><br />Quem sabe, sabe?<br />Ninguém viu... Ninguém viu.<br /><br />Está além do que podemos traçar.<br />Objetos abstratos quase inaudíveis na redoma em que viveis,<br />Decifrados apenas pelos que hedonizam.<br /><br />Eis o segredo:<span style="font-style: italic;"> </span><span style="font-style: italic;font-family:trebuchet ms;" ><span style="color: rgb(102, 102, 102);">S E N T I R</span> !</span></span></span><span style=""><br /><br /><o:p></o:p></span></p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-82556755582175590972008-05-30T15:14:00.006-03:002009-11-05T03:23:27.079-03:00Entre monstros e contos...<p class="MsoNormal" face="arial" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);">Ficar no escuro não é tão desagradável quanto eu achava há um tempo. É, creio que cresci! Pena ter perdido parte da inocência nesse período. No entanto, alguns fantasmas sempre permanecem; por mais que sumam por um tempo, eles voltam. Algumas coisas nunca mudam. Nunca mesmo.</p> <p class="MsoNormal" face="arial" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; color: rgb(0, 0, 153);">Ultimamente correr para encontrar o sol virou hobbie, alguma coisa tem que ficar quente. Não que exista um pedaço de gelo, há um (r)esfriamento de lágrimas não caídas. Passam a fazer parte dessa realidade outras ilusões.</p> <p class="MsoNormal" face="arial" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; color: rgb(0, 0, 153);">As especulações sobre qualquer coisa têm incomodado tanto que me pergunto se tudo vale à pena mesmo. Existem coisas que ninguém merece ouvir, outras que nunca serão ditas ou subentendidas. Pequenos fantasmas continuam criando propensões a catástrofes.</p> <p class="MsoNormal" face="arial" style="text-align: center; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);" align="center">É... Algumas coisas nunca mudam!</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 30pt; color: rgb(0, 0, 153); font-family: arial;" align="center"><i style=""><o:p> </o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 30pt; color: rgb(0, 0, 153); font-family: arial;" align="center"><i style="">Dentro de você, quantos vultos existem?<o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 30pt; color: rgb(0, 0, 153); font-family: arial;" align="center"><i style=""><o:p> </o:p></i></p> <p class="MsoNormal" face="arial" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; color: rgb(0, 0, 153);">A madrugada não é mais tão apreciada como antes. Há outros vícios agora. Algumas músicas continuam fazendo falta e uma parcela de pessoas foram embora. Eu continuo inspirando a vida entre o que não faz sentido e as significações. Um sono interrompido. Porém, nem tudo é assombração. No decorrer de incontáveis minutos, descobre-se que algumas assombrações eram sombras de um objeto qualquer. O medo se esvai.</p> <p class="MsoNormal" face="arial" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; color: rgb(0, 0, 153);">A cabeça tem importunado mais esses dias. Feridas que não eram para existir acabam exteriorizando coisas que pensava que se extinguiram. Expirando a vida em um sono sem poder dormir. Outras assombrações já não são puramente sombras. Não se pode fugir de especificidades.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);">Não existe esconderijo eficaz quando sua paz é ameaçada constantemente. Não tem acordar só você, uma brisa e um pensamento bom voando.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);">Às vezes, eu só quero poder respirar, apenas tudo isso.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);">Dê-me um pouco de tempo, ok?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 30pt; color: rgb(0, 0, 153);font-family:arial;" align="center"><i style=""><span style="" lang="EN-US"><br /></span></i></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 30pt; color: rgb(0, 0, 153);font-family:arial;" align="center"><i style=""><span style="" lang="EN-US">Just a little time... for my breath.<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);"><span style="" lang="EN-US"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);"><b style=""><br /></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);"><b style="">Ps:</b> Choveu um pouco hoje. O tempo estava meio oscilante. Ora nublado ora sol. E assim demarco meu dia. Prefiro lembrá-lo pelo céu que a cor fez do que pelas datas que compõem as horas. Uma pequena mania, só isso.</p><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);"><br /></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);" align="right">Catherine Menon*, memórias de fantasma.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);" align="right"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);" align="right"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);" align="right"><br /><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);" align="right"><br /></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);" align="right"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(0, 0, 153);" align="center"><i style="">Dans l’avenir et lê passé.</i></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(153, 153, 153);"><i style="">____________</i></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left; text-indent: 30pt; font-family: arial; color: rgb(153, 153, 153);"><i style="">* Catherine Menon é uma personagem criada por mim para uma história que ainda não saiu da minha cabeça. Contudo ela já se faz presente em alguns contos meus.<br /></i></p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-17251540442212610822008-05-26T13:47:00.006-03:002009-11-05T03:26:39.282-03:00Formas de amor.<p style="text-align: center; font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(102, 102, 102);"><span style="color: rgb(153, 0, 0); font-weight: bold;">Anacronismo amoroso</span><br /></p><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Porquanto houver luz</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Na claridade de [alg]um[s] sorriso[s].</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Na pintura de dois semblantes multi-coloridos.</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Um amor meio-bossa-nova, meio-velha-guarda</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Pintado com um blues de negritude</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">e as passadas de um jazz passado.</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Era amor. Um amor pretérito que pré-extinguido</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Não era acabado, mas extinto.</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Sem preconceito. </p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Sem pré-conceitos. Sem idéias</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">pré-concebidas.</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Vanguarda sem linearidade</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Nova tendência esse amor</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">meio-velha-guarda meio-bossa-nova!</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Denotação de fervor </p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Conduta nova</p><div style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;"> </div><p style="text-align: center; font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">Contemporâneo quase não conhecido, esse tal amor.</p><br /><p style="text-align: center; font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(102, 102, 102);"><br /></p><br /><p style="text-align: left; font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(102, 102, 102);"><span style="color: rgb(153, 51, 153);"> ...</span><br /></p><p style="text-align: left; font-weight: bold; font-style: italic; color: rgb(102, 102, 102);"> </p><p style="color: rgb(51, 0, 153); font-weight: bold;"><i>"Um pouco de calor em noites frias<br />E sonhos em dias de insônia.<br />Cantarei as melodias dos seus passos<br />Desenharei o barulho do teu sorriso<br />Velarei pelos piscares de olhos<br />Teus olhos. Meus olhos.<br />Olhos nossos, tão juntos, tão amados...<br />Tão velados..."</i></p><p style="color: rgb(255, 204, 204);"><br /></p><p style="color: rgb(255, 204, 204);"><br /></p><p style="color: rgb(51, 51, 51); text-align: right; font-weight: bold;"><span style="color: rgb(0, 102, 0);"><span style="font-style: italic;">Um tilintar na memória</span></span></p><p style="color: rgb(255, 204, 204); text-align: right;"> </p><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal"><span style="font-style: italic;"><span style="font-weight: bold;"><span style="color: rgb(0, 102, 0);">~></span> </span></span>Foi assim no primeiro instante</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">A primeira valsa</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">O primeiro beijo...</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">O primeiro abraço ficou,</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">A saudade voou como borboleta nova</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">A valsa acabou,</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">O beijo passou.</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">O vestido coloridamente pintado</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Desbotou com o tempo.</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">As traças fizeram um bom trabalho também.</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Tirei do baú as lembranças.</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Joguei fora os retratos.</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Enfim, aquilo dentro do peito </p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Que aconteceu no primeiro instante</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Não passou</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Não voou</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Não desbotou</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Ficou.</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Depois que você se foi, eu fiquei,</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Você levou o tocar</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">Eu fiquei com o sentir.</p><div style="text-align: right; color: rgb(102, 51, 102);"> </div><p style="color: rgb(102, 51, 102); text-align: right;" class="MsoNormal">E não é tão agradável assim.</p><div style="text-align: right; color: rgb(153, 153, 255);"> </div>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-36222499967668385352008-05-05T23:47:00.004-03:002008-05-19T19:11:49.879-03:00Enantiose.<div align="justify">Eu poderia ter gostado de você. Poderia ter experimentando sensações novas com essa probabilidade. Entretanto, quando a possibilidade do sentimento amanheceu, começou formar para chover e a ventania, que antecede a chuva, varreu para longe de mim o gostar.<br />Contudo, o que mais desafina a canção que um dia poderia ter sido nossa, é a indecisão.<br /><br />Você é tão indeciso quanto um bêbado na hora de atravessar a rua.<br /><br />O tempo escorre enquanto o bêbado fica analisando o melhor momento de sentir o cheiro das pegadas sendo deixadas para trás. E o que é mais desgastante entre o período da indecisão e o som dos primeiros passos, é que talvez o que esteja no outro lado da rua não mais vai estar quando o bêbado chegar.<br />Eu não gosto de você. Assim, não gosto. Talvez eu goste de outro alguém. Mas de você eu não gosto. Te vejo trancado do lado de dentro, porque o medo que você tem de ficar preso do lado de fora é maior. Bom, caso isso aconteça, vou te lembrar que bem na esquina existe um chaveiro, caso você precise. E, se por um acaso você topar com o bêbado, verá que os espelhos formarão entre si um ângulo e as milhares de imagens compostas te deixarão tonto. Nesse momento, recomendo que você vá para casa tratar da ressaca.<br /><br />Por fim, a ficha caiu, mas a ligação há muito tempo havia sido cortada.<br /><br />Enquanto você estiver andando para casa desprovido de profundidade, eu estarei imersa em alguma sagacidade. À medida que você estiver na sua superficialidade, eu estarei mergulhada na plenitude de querer beijos em poesia, abraços em prosa e o silêncio literário das bocas.<br />Entre as gigantes passadas que nos separam, algum resquício de memória mostra a pequenez efêmera de um passado que nunca nos pertenceu. Quando o tempo das lembranças chegarem, talvez você não precise mais curar sua ressaca e já ande com uma chave no bolso e eu, com certeza, estarei experimentando alguma asa e já tenha voado para mais longe de ti do que você de mim.<br /><br />No final, quase antônimos: você que nunca gostou de mim e eu que quase gostei de você.</div><div align="justify"> </div>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-995227842395557552008-03-22T19:33:00.000-03:002008-03-22T19:35:06.359-03:00Metamorfose regressiva.<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Aquela janela de madeira velha</p> <p class="MsoNormal">Torturada por lembranças de olhares</p> <p class="MsoNormal">Palavras de um adeus</p> <p class="MsoNormal">E pela tua imagem dolosa que acabo de ver passar</p> <p class="MsoNormal">Foi marcada pelo transformismo do teu semblante:</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right">Uma cor descolorida na tua pele;</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right">Olhos desbotados de existência</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right">E a memória de que um dia alguém foi.</p> <p class="MsoNormal">Aquele perfume adocicado</p> <p class="MsoNormal">Substituído pelo cheiro de cigarro</p> <p class="MsoNormal">E o emblema sereno</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right">Que outrora fora seu sorriso</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center">Foi impregnado de fumaça.</p><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><br /></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b style="">Sorrateiramente demudada em restos.</b></p><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><br /></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b style=""><o:p> </o:p></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b style=""><o:p> </o:p></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b style=""><o:p> </o:p></b></p> <p class="MsoNormal">E a recompensa de tanto desgasto</p> <p class="MsoNormal">É a solidão que te acomete</p> <p class="MsoNormal">E a paranóia de vossa mente</p> <p class="MsoNormal">Teus brinquedos de devaneios translúcidos</p> <p class="MsoNormal">Que afirmava ser salvação</p> <p class="MsoNormal">Tornou motivo da tua morte lenta.</p> <p class="MsoNormal">E a ti sobrou o nada:</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right">Subjugada ao menosprezo</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right">Das tuas futuras</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right">Cinzas decrépitas</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right">As quais</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right">A terra rejeitará </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right">Por tamanha</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right"><b style=""><i style="">P O D R I D Ã O<o:p></o:p></i></b></p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-73219322556647892872008-03-07T01:33:00.000-03:002008-03-07T01:44:12.910-03:00Resposta.<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;">São alguns (muitos) dias sem te dar resposta para aquela sua carta, eu sei. Mas não foi por displicência. Na verdade, foi porque não queria responder assim naquele momento, estava tão extasiada que resolvi esperar as borboletas, os tigres e os dragões se acalmarem dentro de mim. É assim que as coisas ficaram depois que li aquela sua (não-última) carta. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;">Sabe, existem alguns sentimentos dentro de mim que eu não fazia idéia de que existiam, ou não existia e você os criou. O fato é que eu vivo tendo déjà vus emocionais. Parece difícil de acreditar né? Contudo, todos os sentimentos meus que são seus, parecem que há muito tempo estavam guardados e só foi você aparecer para me ensinar o lugar onde eles estavam. É confuso e eu não consigo entender e às vezes, eu nem quero. É tão bom sentir que deixo apenas assim... Na abstração de um plano alfa só meu. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;">Coisas só nossas. Lembrei disso agora. Das coisas só nossas. Coisas que não comento com ninguém, porque só quero pra mim. Músicas, palavras, frases, brincadeiras, a sintonia na hora de pensar. Ah, e as risadas, claro! Uma das coisas que mais gosto são as que deixamos subentendidas, elas costumam causar um furor a mais nos dragões, tigres e borboletas dentro mim. Chega a ser engraçado e sim, eu acabo rindo de mim. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;">E os sinais! Sim, sim, os sinais. Os sinais que acabamos deixando para o outro. Algumas coisas codificadas. Afinal, para quê dividir com os outros o que só diz respeito a nós? (Vai aí mais um sinal). E os segredos não tão secretos que ficam codificados por aí. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;">[...]</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;">Saudades de você. Essa teimosa saudade que nunca passa e parece que sempre aumenta. Essa saudade que me faz te procurar em toda música que eu escuto e nos sonhos mais malucos. Essa saudade que aperta, mas não é ruim de sentir. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;">[...]</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;">Escrevi demais. Escrevi coisas que estão longe de serem explicadas tão bem, senão sentidas. Usei a palavra sentir e suas variações demais também. Entretanto, não tinha uma palavra que se encaixasse melhor... Você é isso: um sentir quase palpável. É, esquece o que escrevi acima e só sente, é melhor. No mais, só quero saber como vai você. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;">Beijos, estou com saudades (como de costume).</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt;">Se cuida.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;" align="right"><span style=""> </span>Sem assinatura.</p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-40149741705181424952008-01-15T01:13:00.000-03:002008-01-15T01:18:29.505-03:00Inquietações viventes. Morfina do prazer.<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Eu tinha acabado de chegar da rua. Ainda estava atordoado com aquelas palavras, elas estavam zunindo na minha cabeça. Joguei as chaves na mesinha do centro e me atirei no sofá. Passei a mão pelos cabelos e pela minha barba.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Havia tempo que eu não a via. Finalmente ela me atendeu numa das minhas milhares de ligações e marcamos um encontro. Aquele barzinho com música ao vivo era bem agradável. Quando cheguei, ela já estava lá sentada com um copo nas mãos e olhando para o nada. <span style=""> </span>Sentei-me a sua frente e ela voltou à realidade.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Ei John.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Oi Sofia! Errr... Como você está?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Você não me chamou aqui para isso, John. Por que não vai direto ao assunto?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;"><span style=""> </span>Eu olhei seu rosto e me fixei nos seus olhos – Você simplesmente sumiu. O quê aconteceu?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Ela me olhou com seus olhos brilhantes, deu um sorriso, virou o rosto e deu um gole na sua bebida. Depois seus olhos voltaram aos meus.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Sabe como é né, John. O tédio conseguiu vencer a relação. Nós caímos na monotonia e eu quis me livrar disso.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Ah! Entendi, Sofia, você se enjoou e resolveu me mandar, vamos dizer, passear e...</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Ela me interrompeu:</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Não quis causar constrangimentos e nem quero brigar, John. Você cometeu seus erros e eu te perdoei por isso. Agora é sua vez de esquecer essa minha falha de não ter te dado respostas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Será que você pode me dar respostas agora, Sofia?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Pra quê você as quer, John? É melhor continuarmos com nossas vidas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Exatamente, Sofia. Eu quero continuar com minha vida, mas preciso preencher a lacuna que você deixou nela.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Sabe John, nós...</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Foi minha vez de interromper:</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Sofia, eu não esqueci o quê você já me fez sentir e eu quero ter isso de novo. Quer saber, eu nem ligo se você sumiu, eu só quero saber se ainda tenho chances de voltar a fazer parte de você.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Ela ficou séria, olhou-me demoradamente, depois disse:</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">- Eu quero intensidade. A intensidade que me faça conhecer sentimentos que eu jamais ousaria dizer que existem. Eu quero me sentir viva no mais alto grau que isso signifique. Você pode me dar isso, John? Você pode? </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Depois disso ela pegou a bolsa e saiu. Eu fiquei lá parado sem ação. O quê dizer? O quê ela queria dizer? </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Voltei para casa, joguei as chaves na mesinha do centro e me atirei no sofá. Passei a mão pelos cabelos e pela minha barba...</p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-52941526254243605242008-01-15T00:34:00.000-03:002008-01-15T00:35:37.088-03:00Pequenas memórias.<o:p></o:p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Sabe aquelas caixas que guardamos coisas antigas? Aquelas caixas que têm cartas velhas, aquela flor secada dentro de um livro, fotos e etc e tal? Então, ontem eu abri uma dessas minhas caixas e devo dizer que me deu aquela sensação de prazer e trabalho realizado [?]. Bem, digamos que trabalho realizado, porque eu me lembrei de tantas coisas passadas das quais não me arrependi de ter feito ou deixado de fazer que chegou dar aquela sensação de dever cumprido. Enfim, voltando à minha caixa antiga... Eu saí abrindo cartas que recebi e cartas que nunca enviei, li poemas antigos, pensamentos antigos e ri bastante do modo como eu via as coisas. Ri dos erros de português, da minha letra e chorei... Chorei depois de ter lido uma carta que não mandei e de uma carta que recebi. Chorei quando via fotos de quando eu era pequena, fotos de amigos. Nesse momento minhas lágrimas contornavam o sorriso que se formava no meu rosto. Bom mesmo é sentir saudade de momentos que não deixarão de existir na nossa memória. Digo ainda: “Mate-me se perder a memória por completo. Posso esquecer quem sou, mas nunca esquecer dos momentos que me fizeram sorrir e das pessoas que me fizeram conhecer a felicidade”. Remexendo mais as coisas daquela caixa, encontrei ao fundo dela um diário antigo. Remexi mais um pouco e achei a chave. Lá se vai o momento de tensão e curiosidade extrema de recordar os segredos que eu nem lembrava mais que um dia havia tido. Bom, vou logo dizendo que nunca remexi tantos sentimentos dentro de mim. Além de relembrar segredos, eu relembrei emoções. Vou te contar viu, que coisa lindamente bizarra essa de relembrar emoções.<span style=""> </span>Voltando ao conteúdo do diário, é possível se contorcer de rir de você mesmo? Sim, é. Eu ri de como eu era boba, dos meus amores platônicos, da minuciosidade de detalhes de momentos, de personagens de livros, das tempestades em copos d’água. E li várias páginas sobre crises existenciais, mudança de personalidade, gritos internos e todas aquelas coisas de transição.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Por fim, era como se eu tivesse feito uma viagem no tempo. E sabe, quanto mais o tempo passa, mais as coisas ficam complicadas e cheia de pormenores impetuosamente estressantes. <span style=""> </span>O ideal é tentar congelar o tempo no melhor da vida. Não que você vá achar uma fonte da juventude, não é isso. É você tentar preservar os melhores sentimentos, já tentou? </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Aí chegou a hora de guardar a pequena bagunça que havia feito. Guardando tudo de volta naquela caixinha forrada de papel de presente. Guardando saudades. Guardando lembranças. Guardando sentimentos. Guardando sorrisos e lágrimas misturados a tintas de canetas e cores de fotografias. Guardando laços invisíveis que só nós mesmos sabemos.</p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-59720919261263102932008-01-15T00:32:00.000-03:002008-01-15T00:33:08.777-03:00Monólogo invisível ao espelho<p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Se é possível, não sei...</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Se for impossível pode haver uma exceção,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Algo ímpar ou sentimento sem plural?</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Se eu me jogo, eu me aparo...</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Se caio, recupero...</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Machucados? </p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Só restam cicatrizes pequenas.</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Sensibilidade insensível!</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Não sei... Não sei... Não sei</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Não sei se amo. Não sei se odeio.</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Não sei de você.</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Na verdade, não sei de mim.</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Medo. Já sentiu?</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Sofrimento, já causou?</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Se o pra sempre agora acabou</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">- Como vai ser?</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Fingir algo que presente</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style=""> </span>Não sinto. Ou seria antagônico?</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Será que sinto ainda? Ou nunca existiu?</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Ou nunca existi?</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">- Uma pergunta: Vale à pena?</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Confuso.</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">- Luz sobre o papel de carta, por favor!</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Ou há luz e não enxergo?</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">- Merda!</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Pergunto de novo: “Vale à pena?”</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">- Responda!</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">*Eco*</p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-73734991712258128622008-01-15T00:30:00.000-03:002008-01-15T00:31:37.090-03:00As flores murcharam.<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;">Na verdade foi tudo muito pequeno. Sim, pequeno. Pequeno de uma maneira que se tornou vazia e as lembranças ficaram distantes como se eu não lembrasse detalhadamente. Não foi difícil, nem doloroso, nem lamentoso... Foi indiferente. Sem sentimento, sem amor, sem culpa... E o “eterno enquanto dure” foi quebrado em milhares de partes como uma peça de cristal espatifada que acabou sendo varrida para debaixo do tapete. O que se passou ficou pequeno, minúsculo, amiúde. Veio, aconteceu e já foi... Sem voltas, sem saudades, sem nada. <span style=""> </span><span style=""> </span><span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 12pt;"><o:p> </o:p></p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-84680584189944109232007-09-26T19:26:00.000-03:002007-09-26T19:49:16.476-03:00Antologias.<div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">O protesto de um bêbado apaixonado.</span><br /></div><br /><div style="text-align: justify;"> Cortar-te-ei em pedaços para guardar-te numa pequena caixinha que chamá-la-ei de coração... Chamar-lhe-ei, então, de amor...<br />Amar-te-ei sob o pulsar dos meus dias!!!<br /></div><br /><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">Caixinha de música.<br /><br /></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: bold;"></span> <p class="MsoNormal"> A cantiga élfica começou quando abrimos a caixinha de música, dois pares de jóias brilharam no fundo aveludado. As bailarinas de porcelana bailavam ao som das compassadas notas, elas rodopiavam e rodopiavam no chão espelhado. O cenário bucólico combinava com o clima agradável da primavera e a utopia de uma amor que chegaria de cavalo branco. Sim, acreditávamos em contos de fadas. Sempre brincávamos de princesas. O complicado era escolher quem seria a princesa e a bruxa, acabamos por alternar os dias. Um dia ela, um dia eu e assim nossas férias iam passando e a musiqueta marcava cada vez mais nas horas dos bailes imaginários e beijos no ar. Hoje acreditamos no amor, mas não em contos de fadas. O conto de fadas acabou quando a bruxa e a princesa resolveram se unir para viver de afeto mútuo.</p><br /><p class="MsoNormal"><br /></p><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style="font-weight: bold;">Amigo imaginário.</span></p><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><span style="font-weight: bold;"></span> </p><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><br /></p><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Ela estava sentada na cama de olhos fechados pedindo luz e proteção. Ouviu um passo e abriu os olhos:</p><div> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">- Não estou te vendo, mas posso te sentir – Disse escorando-se agora na cabeceira da cama – Contudo é estranho conversar com quem a gente não enxerga... </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><br /><br /><p class="MsoNormal"><br /></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p><br /></o:p></p><br /><span style="font-weight: bold;"></span></div></div>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-6436523687886686353.post-14681779945803117112007-09-05T21:15:00.000-03:002007-09-05T21:17:56.212-03:00Overdose de realidade.<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">Admito que estava cansado, olhei as horas no meu relógio de pulso eram 2:30 da madrugada. Coloquei o cigarro pra descansar no cinzeiro, o café a muito já havia esfriado na xícara, repousei meus óculos na mesa, passei as mãos no rosto na esperança do sono ir embora, senti minha barba grande. Dois dias sem dormir direito, muito tempo. Levantei e senti meu sangue circulando melhor. Fui pra cozinha fazer mais café, porém o pó havia acabado. Merda. O jeito era ir a um desses mercados 24 horas. Peguei a chave do carro e bati a porta de casa, em menos de 5 minutos já estava dirigindo pela grande São Paulo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">No trajeto prostitutas acenavam e garotinhos se drogavam na esquina. Um assalto na farmácia da avenida e um assassinado no outro lado da rua. Uma menininha pedindo R$ 5 em troca de uma noite de prazer, uma simples menininha de não mais de 12 anos. Desisti de comprar o pó do café, já estava acordado demais, até alucinações eu tava tendo. Maldita cafeína. Imagina se isso tudo ia acontecer no meu país perfeito. Não mesmo. Fiz a volta e retornei pra casa. Precisava mesmo era dormir para essas alucinações pararem de acontecer.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">Embora tenha dormido admiravelmente as alucinações não pararam. Elas voltaram no dia seguinte e no outro, no outro e no outro... Convenci-me de que todos os dias eu tinha uma overdose sem ao menos estar drogado. Por medo das alucinações não saia mais de casa, não trabalhava, não estudava, fiquei impotente até o dia em que morri, até o dia em que tirei minha própria vida por medo das tais alucinações. <span style=""> </span><span style=""> </span></p>Ninahttp://www.blogger.com/profile/01999354615675612155noreply@blogger.com8